OTOSCLEROSE

O que é a Otosclerose?

A otosclerose é uma patologia que afeta o ouvido, levando à perda auditiva progressiva. Caracteriza-se pela formação anormal de tecido ósseo na região do ouvido médio, especificamente na base do estribo, um dos três ossículos. Este tecido ósseo anormal interfere na transmissão do som do ouvido médio para o ouvido interno, resultando em dificuldade auditiva. Poderá começar por afetar apenas um dos ouvidos mas na maioria dos casos acaba por ser bilateral.

Causas

A causa exata da otosclerose não é completamente compreendida, mas vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento, incluindo:

  • Genética: A otosclerose tende a ocorrer em famílias, sugerindo uma predisposição genética para a patologia. Se há histórico familiar de otosclerose, o risco de desenvolvê-la pode ser maior.
  • Hormonal: Alterações hormonais, especialmente durante a gravidez, têm sido associadas ao desenvolvimento da otosclerose, embora a relação exata não seja completamente clara.
  • Infecções Virais: Algumas pesquisas sugerem que infecções virais, como pelo vírus do sarampo, podem desempenhar um papel no desenvolvimento da otosclerose, embora essa hipótese ainda esteja em investigação.

Sintomas

Os sintomas da otosclerose podem variar em gravidade e geralmente incluem:

  • Perda Auditiva Progressiva: A perda auditiva é o sintoma mais comum e geralmente começa com uma diminuição da capacidade de ouvir sons suaves ou em frequências mais graves. A perda auditiva pode tornar-se mais acentuada com o tempo.
  • Acufeno (Zumbido no Ouvido): Alguns pacientes podem sentir zumbido, algumas vezes pulsátil.
  • Dificuldade em Ouvir Conversas: Pode haver dificuldade em entender a fala, especialmente em ambientes com ruído de fundo.
  • Sensação de Pressão no Ouvido: Algumas pessoas relatam uma sensação de pressão ou plenitude no ouvido afetado.

Diagnóstico

O diagnóstico da otosclerose envolve:

  • Exame Clínico: Avaliação dos sintomas e exame físico otológico para identificar eventuais alterações estruturais.
  • Audiometria: Testes auditivos para medir a capacidade de ouvir diferentes frequências e determinar o grau de perda auditiva. A audiometria ajuda a diferenciar a perda auditiva de transmissão (como na otosclerose) da perda auditiva neurossensorial.
  • Estudo Imagiológico: A tomografia computadorizada (TC) pode ser usada para visualizar a estrutura do ouvido médio e verificar a presença de alterações ósseas sugestivas de otosclerose.

Tratamento

O tratamento da otosclerose depende da gravidade da perda auditiva e dos sintomas apresentados. As opções incluem:

  • Seguimento: Em casos leves ou iniciais, pode ser recomendado um acompanhamento regular sem tratamento imediato. A patologia  pode não progredir significativamente em alguns pacientes.
  • Aparelhos/Implantes Auditivos: O uso de aparelhos auditivos ou implantes pode ajudar a melhorar a capacidade de ouvir em pacientes com perda auditiva significativa.
  • Cirurgia: A estapedotomia é um procedimento cirúrgico comum para tratar a otosclerose. A cirurgia envolve a remoção do estribo afetado e substituição por uma prótese para restaurar a transmissão do som. Tem, por norma, alta taxa de sucesso.
  • Medicação: Embora não haja medicação específica para curar a otosclerose, alguns pacientes podem receber tratamento para aliviar sintomas associados.

Prevenção

Não existem medidas específicas para prevenir a otosclerose, especialmente porque a causa exata não é completamente conhecida. No entanto, algumas medidas gerais podem ajudar a manter a saúde auditiva:

  • Protecção Auditiva: Evitar exposição prolongada a ruídos intensos e proteger os ouvidos em ambientes barulhentos pode ajudar a preservar a audição.
  • Acompanhamento Regular: Realizar exames auditivos regulares, especialmente se houver histórico familiar de otosclerose ou sintomas de perda auditiva.

Conclusão

A otosclerose é uma patologia que pode levar à perda auditiva progressiva e implicar com a qualidade de vida dos pacientes. Identificar os sintomas precocemente e procurar uma avaliação médica adequada são essenciais para um tratamento eficaz e para melhorar a função auditiva. Com a abordagem apropriada, muitos pacientes conseguem minorar o impacto da patologia e manter uma boa qualidade de vida.