O estridor é um sintoma que se define como um som respiratório anormal, caracterizado por um ruído agudo e estridente, que ocorre geralmente durante a inspiração. Traduz algum grau de estreitamento da via aérea superior.
A laringomalácia, é a causa mais comum de estridor em crianças com menos de 6 meses, e caracteriza-se por uma maior flacidez dos tecidos da laringe, resultando na obstrução da via aérea superior que se manifesta como estridor.
As principais causas do estridor incluem:
Laringomalácia: A causa mais comum de estridor em lactentes, onde o colapso dos tecidos moles da laringe durante a respiração provoca a obstrução.
Infecções: Infecções das vias aéreas superiores, como a laringite, podem causar inflamação desta região diminuindo o espaço da via aérea.
Aspiração de corpos estranhos
Anomalias Estruturais: Malformações congénitas da laringe ou outras partes das vias respiratórias podem resultar em estridor.
Dificuldade respiratória: Pode ocorrer dificuldade ligeira a moderada em respirar durante a alimentação ou momentos de choro, relacionada com a gravidade da obstrução.
Cianose: Em casos graves, a coloração azulada da pele pode ser observada devido à falta de oxigenação.
Alteração do padrão respiratório: O ritmo da respiração pode ser irregular e interferir com o sono.
Disfagia: Pela dificuldade em coordenar a respiração e a alimentação podem surgir sintomas como engasgamento, tosse, entre outros, durante a alimentação.
Perante uma criança com estridor é fundamental estabelecer um diagnóstico célere. Na consulta serão avaliados:
História Clínica e Exame Objectivo: Caracterização do estridor; avaliação dos sintomas acompanhantes; história médica prévia e exame físico da criança; procurando sinais de gravidade da obstrução.
Nasofaringolaringoscopia: Um exame endoscópico que permite visualizar diretamente a laringe e avaliar a anatomia e a mobilidade da estrutura. Pode ser feito na consulta, sob anestesia local, e na maioria destes casos pode permitir um diagnóstico preciso e imediato. É importante que seja realizado por profissionais experientes.
Imagiologia: Em alguns casos, exames de imagem podem ser realizados para avaliar a estrutura das vias respiratórias.
O tratamento do estridor vai depender da sua causa.
No caso de se estabelecer o diagnóstico de laringomalácia o tratamento vai depender da gravidade clínica.
Vigilância: Na maioria dos casos a clínica é ligeira e, tendo em conta que a evolução natural desta patologia é a auto-resolução, nestes casos apenas a observação é necessária.
Mudanças posturais e alimentares: A ocorrência de refluxo faringo-laríngeo está relacionada com uma clínica mais exuberante de laringomalácia. Assim, em casos com clínica mais marcada pode ser necessário instituir medidas dietetico-posturais para controlar o refluxo e/ou a introdução de fármacos para diminuir a acidez.
Cirurgia: Nos casos em que a clínica é mais grave (com dificuldade respiratória importante) é necessário o tratamento cirúrgico que se denomina supraglotoplastia. A decisão é individualizada e estabelecida em conjunto com os pais/cuidadores.
Para prevenir o estridor e a laringomalácia:
Cuidado Respiratório: Evitar a exposição a irritantes como fumo, poluição e alérgenos.
Cuidados com a Saúde: Manter a vacinação em dia e procurar tratamento para infeções respiratórias rapidamente.
Ambiente Seguro: Garantir um ambiente livre de alérgenos que possam agravar problemas respiratórios.
O estridor é um sintoma que pode causar preocupação e ansiedade, especialmente em lactentes. Embora muitas vezes se resolva espontaneamente, é fundamental consultar um otorrinolaringologista (especialmente com diferenciação em ORL Pediátrica) caso os sintomas sejam graves, persistam ou estejam associados a dificuldade respiratória significativa. Um diagnóstico e tratamento apropriados são essenciais para garantir a saúde respiratória da criança.
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